https://web.archive.org/web/20150102064521/http://www.espacoacademico.com.br/033/33clemos.htm

Compartilhando um conteúdo que acredito muito relevante às nossas discussões da #edutec2022:

"A interação e a produção descentralizada do conhecimento, características da cibercultura, fazem com que se embaralhem os centros e as periferias, uma vez que o conhecimento não está em nenhum lugar - instituição, pessoa -, mas numa Rede; não está pronto para ser consumido e/ou assimilado,mas em construção. Por fim, a autoridade na Rede não está dada pela condição intelectual ou de classe de cada um, nem por sua posição social enquanto pesquisador ou professor numa estrutura hierárquica determinada, como um centro de pesquisa ou uma universidade. Não há um rito de passagem ou de autorização para o “lado de lá”, o da verdade-autoridade, lugar fechado que Cristovam Buarque tão bem definiu no artigo “Os Círculos dos Intelectuais”

Na cibercultura, poder, autoridade e verdade mudam de lugar; podem ser momentaneamente construídos e/ou conquistados por meio de métodos, estratégias e práticas experimentais. A inserção na cultura - e na cibercultura - obriga ao pensamento original, aquele do erro, da hibridização e da incerteza. Por fim, a configuração do conhecimento na interação exige não apenas um ethos, mas também um pathos, a recuperação dos paradigmas da colaboração, da afetividade e do mergulho na complexidade.

(…)

Em vez da figura “científica”, “objetiva” e “crítica” do intelectual reproduzido em série no interior de instituições e círculos fechados, uma figura que raramente se mistura, a cibercultura poderá produzir _ desde que os professores doutores abandonem tanto sua pretensão elitista à verdade quanto o ego colonizado, em prol de uma intelectualidade amorosamente inserida na cultura _ intelectuais capazes de atuar na construção do projeto político de uma sociedade mais justa e colaborativa."

(Por Maria Alzira Brum Lemos, João Baptista Winck e Hernani Dimantas)

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