João Cândido e a Revolta da Chibata
Mais uma vez, os gritos de “viva a liberdade” foram ouvidos, mas logo silenciados por uma repressão draconiana. Muitos foram mortos, outros tantos presos, perseguidos ou extraditados.
Na noite de Natal, 97 presos foram embarcados no navio Satélite, com destino à Amazônia, onde seriam submetidos a trabalhos forçados na extração da borracha. No meio da viagem, sete deles foram fuzilados, enquanto dois se atiraram ao mar, morrendo afogados.
João Cândido – o “negro que violentou a História do Brasil”, como declarou na época o escritor sergipano Gilberto Amado – foi preso, com mais 17 marinheiros, numa masmorra na Ilha das Cobras.
Em condições degradantes, 15 morreram ali asfixiados, poucos dias depois. João Cândido, um dos sobreviventes, foi internado num manicômio, onde os médicos negaram que ele estivesse louco. Julgado por tribunal militar em novembro de 1912, foi absolvido, porém não escapou da expulsão da Marinha.