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Forças Armadas… pra quê?

Mais uma vez a instituição erra sobre o lado em que deve ficar na História — e segue cara, inútil e deprimente.

Edson Rossii

13/01/2023 - 1:40

Antelóquio contextual obrigatório: passar pela torre branca de 72 metros feita em mármore junto ao Parque Ibirapuera, em São Paulo, ali pela avenida 23 de Maio, é mero protocolo de mobilidade. Isso quando o trânsito flui. Poucos admiram ou se conectam ao Obelisco, obra do italiano Galileo Emendabilli. Oficialmente, Mausoléu aos Heróis da Revolução Constitucionalista de 1932 (aliás, chamá-lo pelo nome completo já começaria a mudar sua relação com as pessoas). Ali só há restos mortais. Afinal, é um mausoléu. Tem dos quatro estudantes assassinados (tema obrigatório nas escolas paulistas), o tal MMDC (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo) — que deveria ser MMCDA, já que o Alvarenga, baleado na mesma noite, morreu tempos depois. Mas também tem de outros 712 combatentes de 1932. O que carregam em comum? Foram eliminados por militares. O mais jovem dos tombados era um menino. Aldo Chioratto, 9 anos. Foi morto em Campinas por causa de um bombardeio. Sim. Aviões despachados do Rio de Janeiro por Getúlio Vargas e pilotados por militares brasileiros atacaram brasileiros. Entendeu por que nenhuma cidade paulista emancipada nas antigas tem uma via Getúlio Vargas relevante?

Saber que as Forças Armadas brasileiras se incluem na rara categoria global de ter matado mais patriotas que estrangeiros mostra a sua gênese. Em seus 200 anos, o Exército lista mais batalhas contra brasileiros. Doideira, né? Matou nas revoltas todas. Sul. Maranhão. Bahia. Pernambuco. Matou em Canudos. Matou em 1932. Matou na ditadura. Matou em Volta Redonda. Metralhou no Rio. Matar brasileiros parece ser a sina dessa instituição.

O que se confirmou na pandemia. A gestão patético-criminosa de Jair Bolsonaro & Eduardo Pazuello (à frente da Saúde) deve em nome da ética e deste projeto ridículo de Nação virar inquérito. Por atrasar vacinas. Por ignorar a crise de oxigênio em Manaus — enquanto o militar ex-ministro curtia festinha regada à uísque (pelo menos foi o que disse sua ex-mulher, no ano passado). Ou por mandar a Macapá vacinas que deveriam seguir para Manaus. Erro bobo, coisa de 1.000 km. Se na Segunda Guerra os Aliados tivessem o gênio Pazuello como estrategista logístico, em 1944 o desembarque da Normandia aconteceria em Hamburgo.

Isso é o Exército brasileiro. Cujo filhote símbolo mais reluzente é o fujão Jair Messias Bolsonaro. Uma instituição que forma um presidente da República que declara “não te estupraria porque você não merece” é uma instituição falida. Medieval. Ponto.

A frase de Bolsonaro, definitiva e definidora, é a quintessência da ética-técnica-estética desse ser desprezível que simboliza nossas Forças Armadas (com camisa da Seleção e bandeira no pacote). Aliás, uma instituição que além de matar brasileiros gosta bastante de dinheiro, ce n’est pas? Com quase 380 mil militares ativos e outros 460 mil inativos & pensionistas (https://portaldatransparencia.gov.br/servidores), esse lodo burocrático consome R$ 86 bilhões com a folha de pagamentos. Mais que Educação (R$ 64 bilhões) e Saúde (R$ 17 bilhões) juntas.

Dinheirama para capacitação? Nada. Você sabia que há mais de 1,6 mil militares com rendimentos líquidos acima de R$ 100 mil? Cite aí uma empresa do planeta em que 1,6 mil funcionários colocam na conta limpinhos R$ 100 mil. E teve quem recebeu R$ 600 mil. Que façanha épica faz com que um milico brazuca tenha condições de colocar no bolso 465 salários mínimos em 30 dias? O tal Pazuello, que para a logística dos outros é bem ruim, para a logística em causa própria é gênio: em março de 2022, enfiou no cofrinho R$ 300 mil. Isso explica por que militares brasileiros odeiam comunistas. Porque querem o Estado só para eles.

Então, quando você ouvir político ou empresário dizendo que o problema do País é a educação, responda ‘não’. O problema é militar. Troque cada dois milicos por um professor e este lugar amaldiçoado se transformará no prazo de uma geração. Depois, quando você ouvir político ou empresário dizendo que o problema é a saúde, responda ‘não’. Troque outros dois militares por médicos e enfermeiros e nossa expectativa de vida dará um salto.

Tudo seria só indecência não fosse o dia 8 — iniciado com a tuitada golpista de 2018 do Eduardo Villas Boas. Esse corpo institucional não somente é caro e odeia brasileiros como prevaricou. Ao ser conivente com o assalto aos Três Poderes, mostrou que não precisa existir — Costa Rica e Islândia nem têm —, ou pelo menos deveria ser aniquilado para renascer transformado. Moderno, civilizado, cumpridor de seu papel constitucional. Enquanto não aprender que serve a uma Nação, e não a uma corporação ideologicamente falida, seu papel estará mais contra os brasileiros do que a favor. Ah, sim: isso tem tudo a ver com a economia. Porque a base dela é a ética. E o bom senso civilizatório coletivo.

Edson Rossi é redator-chefe da DINHEIRO.

#Brasil #FFAA #milicos #crime #milicagens #mamata

hudsonlacerda@diasporabr.com.br

Reformatório Krenak (2016)

https://youtube.com/watch?v=Qpx8nKVXOAo&

Criado durante a ditadura militar, o reformatório funcionou de 1969 a 1972. Era um local oficial de prisão, tortura, trabalho escravo e violação de direitos dos indígenas. O processo de degradação da comunidade contemplou ainda a criação de uma guarda rural composta de indígenas, deturpando as características culturais dos Krenak e transformando as vítimas em algozes de seus pares.

#crime #tortura #perseguição #ditadura #indígenas #MinasGerais #Brasil #milicos #milicagens

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LUIZ CARLOS AZENHA

Com Cappelli, Lula desmonta arapuca do GSI, armada na Ditadura Militar

Para explicar é preciso relembrar um pouco da História. Criado em 13 de junho de 1964, o Serviço Nacional de Informações foi um dos maiores aparatos planetários de repressão.

https://revistaforum.com.br/opiniao/2023/4/20/com-cappelli-lula-desmonta-arapuca-do-gsi-armada-na-ditadura-militar-134598.html

Por Luiz Carlos Azenha

E Lula fez do limão uma limonada…

Com a nomeação de uma pessoa de extrema confiança do ministro da Justiça, Flávio Dino, para comandar o Gabinete de Segurança Institucional, o governo começa a desmontar uma verdadeira arapuca militar com a qual os governos pós-ditadura tiveram de conviver no miolo de seu coração.
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Para explicar é preciso relembrar um pouco da História. Criado em 13 de junho de 1964, o Serviço Nacional de Informações foi um dos maiores aparatos planetários de repressão.

Não escrevo isso de ouvir dizer. Fazendo pesquisa para um livro que pretendo publicar, sobre a ação de agentes do SNI em uma pequena cidade, de importância relativamente pequena para o Brasil, constatei que o órgão coletava de maneira grosseira informações até mesmo sobre os mais próximos aliados da Ditadura Militar.
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Os informes anônimos subiam na hierarquia do regime e podiam ser usados para extorquir os alvos politicamente: informação é tudo.

O mentor de tal aparato foi o general Golbery do Couto e Silva, que já tinha a experiência de fichar inimigos usando uma entidade privada, a Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais, IPES, que organizou dossiês de lideranças apoiadoras do governo de João Goulart antes do golpe de 1964.

O SNI tinha várias secretarias, assessorias e divisões para coletar informações inclusive dentro de órgãos estatais.

Não por acaso, dois ditadores saíram de dentro da estrutura do SNI: Emilio Garrastazu Médici e João Figueiredo.

O SNI foi extinto pelo governo Collor, que criou um Departamento de Inteligência, comandado por um civil mas herdeiro dos arapongas que haviam servido à Ditadura.

Este breve hiato acabou logo depois do impeachment de Collor, quando Itamar Franco criou a Secretaria de Assuntos Estratégicos e indicou um militar para comandá-la, o almirante Mário César Flores. Itamar elevou o status do DI ao de Subsecretaria de Inteligência.

Foi o governo de Fernando Henrique Cardoso que transformou a subsecretaria em Agência Brasileira de Informações, subordinada ao Gabinete de Segurança Institucional, órgão de caráter militar que ele próprio criou.

O GSI assumiu o papel dos gabinetes militares, mas com tarefas adicionais de arapongagem. Além de controlar a Abin, tem departamentos “de coordenação nuclear” e de “acompanhamento de assuntos aeroespaciais”, dentre várias outras atividades.

O GSI sempre foi comandado por um militar e adquiriu relevância destacada depois do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, que bancou a Comissão Nacional da Verdade.

O golpista Michel Temer indicou como chefe do GSI o general Sergio Etchegoyen, cujo pai e tio, que ocuparam cargos relevantes durante a Ditadura Militar, foram citados no relatório final da CNV como autores de “graves violações de direitos humanos”.

Etchegoyen até hoje é um ator relevante nos bastidores da caserna. Polemizou recentemente com o presidente Lula, depois que o ocupante do Planalto disse ter perdido confiança em parte das Forças Armadas.

“Ele sabe desde já que nenhum general vai convocar uma coletiva para responder à ofensa. Então isso é um ato de profunda covardia, porque ele sabe que ninguém vai responder”, disse em entrevista.

No governo Bolsonaro, Etchegoyen foi substituído pelo general Augusto Heleno. Heleno é conhecido por suas posições de extrema-direita.

Ainda como comandante militar da Amazônia, protestou contra a homologação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, dizendo que a política do governo Lula no setor era “lamentável”.

Os militares sempre mostraram ressentimento pela perda de influência em decisões relativas aos indígenas. Muitos propagam a fake news de que etnias que compartilham território em mais de um país, como os ianomâmis — que vivem na Venezuela e no Brasil — eventualmente serão usados por ONGs para desmembrar o território nacional.

Heleno, é essencial recordar, foi ajudante de ordens do general Sylvio Frota, que nos anos 70 contestou abertamente a política do ditador Geisel de promover um processo de “abertura”, quando a economia brasileira enfrentava grave crise e a Ditadura caía pelas tabelas.

Para Frota e seu grupo, Geisel e a eminência parda do regime, Golbery do Couto e Silva, tinham tendências “socialistas”. Um dos apoiadores de Frota foi o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, de papel destacado no comando do maior centro de torturas instalado no Brasil e idolatrado por Jair Bolsonaro e família.

O general Heleno ainda hoje defende o golpe de 1964 e nutre algo próximo de ódio pela ex-presidenta Dilma, que promoveu a Comissão Nacional da Verdade. Chegou a dizer, num debate público, que a anistia política de 1979, assinada pelo ditador João Figueiredo, era responsável por levar uma “terrorista” ao Palácio do Planalto.

É neste contexto que precisamos entender a relevância de subordinar o GSI pela primeira vez a um civil, Ricardo Capelli, homem de extrema confiança de Flávio Dino.

Aponta na direção da desmilitarização do órgão, instalado no coração do Palácio do Planalto e sob suspeita de ter ajudado a promover a agitação que precedeu a tentativa de golpe do 8 de janeiro.

Desde a diplomação de Lula, em 12 de dezembro de 2022, quando bolsonaristas tocaram fogo em ônibus e tentaram invadir a sede da Polícia Federal em Brasília, uma fonte do colega Henrique Rodrigues vem alertando aqui mesmo na Fórum sobre o papel do GSI na agitação bolsonarista.

Existe a suspeita, inclusive, de que a tentativa de invasão da sede da PF seria retaliação de militares descontentes com as investigações da PF nas hostes bolsonaristas, sob o comando do Supremo Tribunal Federal.

A fonte do vazamento das imagens que derrubaram do GSI o general Gonçalves Dias, tido como aliado de Lula, permanece um mistério. A quem serviu?

#LuizCarlosAzenha
#GSI
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"É escandalosa a entrada dos militares no TSE", diz Rui Costa Pimenta

https://www.brasil247.com/brasil/e-escandalosa-a-entrada-dos-militares-no-tse-diz-rui-costa-pimenta

#milicos #milicagens #eleições #golpe #Brasil #política

O presidente do PCO alertou para a possibilidade de interferência militar nas eleições de 2022, a favor de interesses imperialistas: "é uma declaração explícita de que a eleição será trucada". Assista na TV 247
14 de dezembro de 2021, 16:53 h Atualizado em 14 de dezembro de 2021, 16:58

www.brasil247.com - Rui Costa Pimenta e Fernando Azevedo
Rui Costa Pimenta e Fernando Azevedo (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | ABr)
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247 - O presidente do PCO, Rui Costa Pimenta, vê como "gravíssimo" o fato de que o general da reserva Fernando Azevedo, que foi ministro da Defesa do governo Jair Bolsonaro, irá assumir o cargo de diretor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O general vai seguir no cargo durante as eleições, quando a Corte será comandada pelo ministro Alexandre de Moraes.

Para ele, a chegada de Azevedo é um péssimo sinal do que está por vir. "Isso é uma coisa escandalosa. O que os militares têm a ver com o TSE? Absolutamente nada. Nós já temos a experiência tétrica da eleição passada, onde os militares tomaram conta do STF e deram todas as cartas no que foi a impugnação da candidatura do Lula. Isso é uma declaração explícita de que a eleição vai ser trucada. Muito grave, gravíssimo", disse.
Urnas eletrônicas

Rui Costa Pimenta classificou como um "papelão" a defesa, por parte de grande parte da esquerda, das urnas eletrônicas. Segundo ele, o sistema de votação é mais suscetível à interferência por parte do TSE, que agora terá um militar com interesses imperialistas.

"Que papelão que a esquerda fez. Ninguém garante nada quanto às urnas eletrônicas. Em se tratando disso, é pior, porque o negócio vai ser feito todo lá em cima", disse. "Se fossem urnas normais, você pode controlar mais ou menos, e sempre tem problemas".

"Quem está por trás desse militar? Conhecendo os militares brasileiros, dá para você ver a bandeira norte-americana tremulando na eleição brasileira. Inacreditável", completou.