#lula

deutschlandfunk@squeet.me

Missionsrat: Brasiliens Indigene bleiben bedroht

Missionsrat - Brasiliens Indigene bleiben bedroht

1972 gründete sich der Missionsrat Cimi, um das Verhältnis zu den Indigenen Brasiliens zu verändern - doch diese fürchten noch heute um ihr Land und Leben.#BrasiliensIndigene #MissionsratCIMI #Lula #Goldsucher #Landraub #Yanomami
Missionsrat: Brasiliens Indigene bleiben bedroht

hudsonlacerda@diasporabr.com.br

O Servo da Otan e a Herança Nazista

"O governo de #Zelensky, como notório, é bastante influenciado por grupos #nacionalistas com tintes #nazistas", escreve #MarceloZero

29 de agosto de 2024, 17:54 h
Atualizado em 29 de agosto de 2024, 19:02 h

Como todos sabem, Zelensky era um comediante de êxito, que fazia muito sucesso criticando a corrupta classe política da #Ucrânia e seus oligarcas.

A partir de 2015, seu grupo de comediantes, o Kvartal 95, iniciou uma série televisiva intitulada “O Servo do Povo”, na qual Zelensky interpretava um simples professor do ensino médio, que ascende ao poder após uma fala sua contra a corrupção, filmada em sala de aula, se tornar “viral” na internet. A série, obviamente inspirada em alguns filmes norte-americanos, foi um sucesso.

Poucos anos depois, a vida imitou a arte e Zelensky se elegeu com o mesmo discurso de suas comédias, isto é, criticando os oligarcas e a corrupção e se apresentando como uma alternativa impoluta à “política” e ao “sistema”. Como sói acontecer nesses casos, sua campanha foi feita substancialmente pela internet, particularmente pelo Instagram.

Como também costuma acontecer nesses casos, Zelensky foi acusado das mesmas práticas que criticava. Os “Panamá Papers” revelaram que Zelensky e seu grupo de comediantes mantinham fundos em #paraísosfiscais, como Chipre, Belize e Ilhas Virgens Britânicas.

Zelensky é, assim, mais um desses #políticos “populistas de direita”, que surgem no esteio da “antipolítica”, a qual #ameaça a #democracia e suas instituições.

Até a eclosão do conflito militar na Ucrânia, Zelensky era um ilustre desconhecido, sem nenhuma influência no cenário mundial. Tornou-se celebridade midiática internacional apenas em razão desse contencioso.

Tornou-se, na realidade, uma espécie de garoto-propaganda da Otan e das narrativas geopolíticas que visam impor uma nova Guerra-Fria ao mundo e alinhamentos às chamadas “democracias”, tais como definidas e escolhidas pelos EUA.

Pois bem, nessa condição, Zelensky, insiste em agredir o #Brasil e #Lula, um estadista internacional.

De fato, suas agressões reiteradas à política externa brasileira, soberana e não-alinhada, assim como ao presidente Lula, são frequentes.

Quando foi à posse de #Milei, Zelensky, um dos poucos chefes de Estado a comparecer ao rarefeito evento, afirmou que fora porque havia sido convidado, ao contrário do que teria ocorrido na posse de Lula, para a qual não teria recebido convite. O Itamaraty logo desmentiu a fake news maliciosa.

Ele foi convidado sim, mas decidiu não comparecer. Enviou a vice-presidente da Ucrânia, Iryna Verenshchuc. O Itamaraty, obviamente, envia convite para todos os países com os quais o #Brasil mantém relações diplomáticas. Não discrimina ninguém.

Lembre-se também que, em maio de 2023, na cúpula do G7, Zelensky também decidiu não comparecer ao encontro previamente marcado com Lula. Resolveu “esnobar” nosso presidente. Depois, reclamou, sem razão alguma.

Zelensky não perde uma única oportunidade para criticar o Brasil e Lula.

Agora, numa patética entrevista com conhecida figura mediática brasileira, Zelensky, fiel à sua formação de comediante, abre um libretto giocoso de uma ópera bufa. A ópera bufa e simplista dos que dividem o mundo, de forma maniqueísta, entre o “Bem” e o “Mal”. As “democracias” e as “autocracias”. Dos que não aceitam a ideia de que um país possa ter interesses próprios, e rejeitar essa visão binária e moralista de como as relações internacionais efetivamente funcionam. Dos que atacam os que consideram que a neutralidade e a paz possam ser mais adequadas aos interesses do planeta.

La pelas tantas, o antigo “Servo do Povo”, que agora parece um #Servo da #Otan, pergunta sobre Lula:

"Ele pensa na #Rússia como se hoje ainda existisse a #UniãoSoviética. A #China é um país democrático? Não. E o que dizer sobre o Irã? É um país democrático? Não. E o que dizer da Coreia do Norte? Eles não são países democráticos. Então, o que o Brasil, um grande país democrático, faz nessa companhia?"

O aparente Servo da Otan insinua, assim, que o Brasil é “aliado de ditaduras” e estaria do lado do “Mal”.

Ora, o Brasil faz o que todo os países responsáveis fazem.

O Brasil não apoia ditaduras. O Brasil, assim como a maior parte dos outros países do mundo, mantém relações diplomáticas tanto com nações que têm democracias quanto com países que têm regimes autoritários. Os EUA, a França, o Reino Unido, o Canadá, a China etc. etc. fazem a mesma coisa que o Brasil faz.

É preciso considerar que, segundo critérios conservadores e ocidentais, muitos países do mundo não possuem um regime democrático pleno. Segundo a revista conservadora The Economist, a maior parte da população do planeta não vive em democracia. Noventa e cinco países, que somam quase 55% da população do globo vivem em regimes “híbridos” ou “autoritários”, segundo essa publicação. Na África, no Oriente Médio e no resto da Ásia, as democracias, mesmo as imperfeitas, seriam raras exceções.

Portanto, se mantivéssemos relações apenas com aqueles países que seriam considerados “democráticos”, pela opinião pública do Ocidente, excluiríamos boa parte do mundo da nossa diplomacia.

O próprio Zelensky mantém boas relações com algumas ditaduras. Recentemente, visitou a Arábia Saudita de Bin Salman, que já foi acusado, entre outras coisas, de assassinato de jornalistas.

Zelensky também visita regularmente o presidente Erdogan, da Turquia, o qual também não é considerado um “democrata”, pelos padrões ocidentais.

Assim, quando lhe convém, e quando assim autorizado pela Otan e pelos EUA, Zelensky se aproxima de “ditaduras”. O próprio Milei, que Zelensky fez questão de visitar, é um governante que não tem grande apreço por democracia e que admira a terrível ditadura militar argentina.

O governo de Zelensky, como notório, é bastante influenciado por grupos nacionalistas com tintes nazistas.

A personalidade midiática brasileira que fez a entrevista com Zelensky, #LucianoHulk, disse que foi à Ucrânia por motivos familiares. Três de seus avôs teriam fugido da #Ucrânia, em razão do #antissemitismo e do #nazismo em ascensão. Algo terrível. Nossa #solidariedade

Com efeito, na Segunda Guerra Mundial, muitos grupos de ucranianos do oeste e do centro se aliaram aos nazistas #contra a União Soviética.

Entre vários outros crimes, eles foram responsáveis pelo famoso massacre de Babi Yar contra os #judeus de Kiev e forneceram milhares de guardas para atuar nos campos de concentração nazistas do leste europeu, como #Auschwitz, por exemplo.

No referido #massacre, teriam perecido cerca de 100 mil judeus. Saliente-se que, na época, a Ucrânia tinha cerca de 2,7 milhões de judeus. A maior parte foi assassinada, ao longo do conflito.

O problema maior, contudo, reside no fato de que alguns líderes #nazistas #ucranianos desse período são vistos, hoje, na Ucrânia e pelo regime de Zelensky, como #heróis #nacionais.

Com efeito, a Ucrânia ergueu, nos últimos anos, estátuas e monumentos em homenagem a esses “nacionalistas ucranianos”, cujos legados estão indelevelmente manchados pela sua relação indiscutível com o regime nazista.

O principal deles, #StepanBandera, antigo líder da terrível Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN), cujos seguidores atuaram como membros da milícia local das #SS e do exército alemão, tem várias dezenas de monumentos e de nomes de ruas que glorificam seu nome.

Ademais, teriam sido erguidas estátuas para Jaroslav Stetsko, ex-presidente da OUN, o qual escreveu: “insisto no extermínio dos judeus na Ucrânia”.

Não sei se Luciano Hulk indagou sobre esses fatos a Zelensky. Mas deveria.

O Brasil deseja manter boas relações com a Ucrânia. Mas o governo de Zelensky tem de respeitar a posição de neutralidade e em prol da paz do Brasil.

Não somos servos de ninguém.

hudsonlacerda@diasporabr.com.br

Mais Médicos: Cuba envia profissionais para preencher vagas ociosas no Brasil, e classe médica se revolta

Graças ao programa, mais de 700 cidades brasileiras receberam um médico pela primeira vez na história
#EstevamSilva

São Paulo

27 de agosto de 2024,
às 14:10   

#Apoie

Há 11 anos, em 27 de agosto de 2013, médicos cubanos eram hostilizados por seus colegas brasileiros durante um evento na Escola de Saúde Pública do Ceará, em Fortaleza. Os profissionais cubanos vieram ao Brasil para atuar no programa “ #MaisMédicos ”. Eles foram forçados a passar por um “corredor polonês” enquanto eram vaiados e insultados pelos médicos brasileiros com termos como “escravos” e “açougueiros” e orientados a “voltar para a senzala”.

O programa “Mais Médicos” foi lançado em julho de 2013, durante o primeiro mandato de #DilmaRousseff, visando suprir a carência de médicos nos municípios do interior, em comunidades isoladas e nas periferias das grandes cidades. O programa consistia na contratação de médicos estrangeiros para ocupar vagas tradicionalmente rejeitadas pela classe médica brasileira.

Embora o Brasil possuísse à época uma taxa de dois médicos para cada mil habitantes — quase o dobro do mínimo recomendado pela Organização Mundial da #Saúde (OMS) — a distribuição geográfica desses profissionais era muito desigual, com grande concentração de nos setores privados e nas áreas bem urbanizadas do Centro-Sul do país. Ao mesmo tempo, estados do Norte e do Nordeste, bairros periféricos, vilarejos nos grotões mais afastados, comunidades quilombolas e distritos indígenas sofriam com escassez de médicos. Os profissionais costumavam recusar até mesmo vagas com o triplo da remuneração média nessas regiões.

Diante da resistência dos médicos brasileiros em clinicar em regiões negligenciadas, o governo federal criou em 2011 o Programa de Valorização dos Profissionais da Atenção Básica (Provab), com intuito de atrair médicos brasileiros recém-formados para esses locais em troca de uma bolsa de R$ 8 mil. Entretanto, somente 29% das 13 mil vagas foram preenchidas e a taxa de retenção dos profissionais era muito baixa. Como o déficit de médicos persistia, o governo federal resolveu lançar o “Mais Médicos”.

A princípio, o programa possuía em dois eixos: fixar temporariamente médicos brasileiros e estrangeiros no interior e nas periferias e ampliar a duração do curso de medicina das universidades federais em dois anos, período em que os formandos atuariam de forma compulsória no Sistema Único de Serviço ( #SUS ). Diante da avalanche de críticas das associações médicas, o governo recuou na proposta de serviço compulsório dos estudantes.

A princípio, o governo federal tentou novamente privilegiar a contratação de médicos brasileiros, que foram o público alvo das primeiras seleções. A resposta, entretanto, ficou muito aquém do esperado e apenas 6% das vagas foram preenchidas. O governo passou então a contratar em massa profissionais estrangeiros. Foram selecionados 18 mil médicos do exterior. A maioria (11 mil) eram cubanos, havendo ainda grandes contingentes de médicos portugueses, argentinos e espanhóis. Os profissionais estrangeiros receberam autorização profissional provisória — restrita à atenção básica nas regiões para onde fossem alocados — e passaram por uma avaliação de três semanas nas universidades brasileiras.

O Ministério da Saúde oferecia o custeio da passagem e uma bolsa de R$ 10 mil em troca de uma carga horária de 40 horas semanais, ao passo que os municípios se encarregavam de oferecer ajuda de custo para moradia e alimentação. Os profissionais cubanos, entretanto, possuíam um regime diferenciado de contratação, intermediado pela Organização Pan-Americana de Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), baseado na divisão do repasse entre o governo cubano (60%) e os profissionais (40%).

O programa enfrentou feroz oposição da classe médica, que reagiu com evidente corporativismo, tentando obter reserva de vagas que não pretendiam ocupar. Diversas manifestações, paralisações e greves de médicos e estudantes de medicina foram organizadas por todo o #Brasil. A Associação Médica Brasileira (AMB) e o Conselho Federal de #Medicina (CFM) entraram com ações no Supremo Tribunal Federal visando suspender o programa, sob alegação de que os profissionais estrangeiros estariam incorrendo em “prática ilegal da medicina”, por estarem atuando sem certificação do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos, o Revalida.

Cinicamente, as associações médicas alegaram estar preocupadas com a qualidade da medicina ofertada pelos médicos estrangeiros aos cidadãos brasileiros que eles mesmos se recusavam a atender. Os médicos estrangeiros — sobretudo os cubanos — tornaram-se alvos de manifestações xenofóbicas, preconceituosas e abertamente racistas por médicos que os assediavam e insultavam nos desembarques em aeroportos ou em cerimônias públicas. O presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais, João Batista Gomes Soares, chegou a orientar os médicos brasileiros a não socorrerem ou prestarem qualquer tipo de auxílio aos médicos estrangeiros.

Políticos como Aécio Neves, Carlos Sampaio e Jair Bolsonaro reforçaram as críticas ao programa, pondo em dúvida o profissionalismo e conhecimento dos médicos estrangeiros. Houve ainda intenso ativismo contra o programa no poder judiciário e o Ministério Público do Trabalho chegou a abrir investigação para apurar denúncia de que os médicos cubanos estariam sendo submetidos a “trabalho escravo” — mesmo que esses profissionais estivessem recebendo vencimentos quatro vezes superiores à renda média per capita dos brasileiros.

Igualmente virulenta foi a reação da imprensa, que alternou entre o reacionarismo disfarçado de preocupação cívica e o conspiracionismo lunático. Colunistas da revista Veja chegaram a afirmar que os médicos cubanos seriam, na verdade, espiões e guerrilheiros comunistas que visavam insuflar uma guerra civil no Brasil. A campanha de difamação do programa foi tão intensa que a própria população passou a enxergar a chegada de mais médicos como algo negativo. Em uma pesquisa divulgada pelo Datafolha em 2013, a maioria dos brasileiros se declarava estar em desacordo com o programa.

Apesar do clima de histeria, o “Mais Médicos” foi um sucesso e obrigou muitos dos críticos a revisarem suas opiniões. O médico Drauzio Varella, que em 2013 afirmara que o programa era uma “medida paliativa” que teria “impacto muito pequeno na saúde pública”, passou a opinar que o “Mais Médicos” era “o programa de interiorização de maior alcance e duração”. “Nunca um programa alcançou tantas pessoas em território nacional e durou tanto tempo”, afirmou Varella cinco anos depois. Ao todo, 4.058 municípios e 34 distritos indígenas foram atendidos, garantindo assistência médica a 63 milhões de brasileiros.

O “Mais Médicos” passou a responder por 48% das equipes médicas de atenção básica em cidades de até 10 mil habitantes e por 100% da assistência médica em mais de 1.100 municípios. Graças ao programa, mais de 700 cidades brasileiras receberam um médico pela primeira vez na história. O programa resultou no fortalecimento da atenção básica e primária, privilegiando sobretudo a população mais carente e as regiões mais pobres. A humanização do atendimento e a dedicação dos profissionais cubanos também encantou a população, em comparação com a frieza e o desinteresse de parte da classe médica brasileira. Uma pesquisa realizada pela UFMG em 2015 revelou que 94% dos usuários aprovavam o programa.

Após a confirmação da vitória de Jair Bolsonaro na eleição presidencial de 2018, o governo de Cuba optou por encerrar a parceria com o Ministério da Saúde, recolhendo seus profissionais. A atitude de Cuba ocorreu em resposta à agressividade de Bolsonaro, que atacou continuamente o país caribenho durante sua campanha, prometendo expulsar os médicos cubanos do país e suspender o pagamento dos serviços médicos ao governo cubano.

Com isso, o Brasil perdeu mais de 11 mil médicos distribuídos por quase 3 mil municípios. Em 2019, Bolsonaro extinguiu o “Mais Médicos”, substituindo-o pelo “Médicos pelo Brasil”. A oferta de profissionais, entretanto, não retornou aos patamares anteriores, resultando numa redução de 30% da oferta de médicos em relação à gestão Rousseff.

Bolsonaro também indicou Mayra Pinheiro, pediatra que participou dos protestos contra os médicos cubanos em Fortaleza, para gerenciar o “Médicos pelo Brasil” e ocupar o cargo de secretária de Gestão e Trabalho do Ministério da Saúde. Alcunhada “Capitã Cloroquina”, Mayra se destacou negativamente durante a pandemia de covid-19 por incentivar o “tratamento precoce”, a prescrição de cloroquina e a substituição dos testes para detecção da doença pelo uso de um aplicativo chamado TrateCov.

O programa “Mais Médicos” foi recriado por #Lula em julho de 2023. Na mesma ocasião, o presidente também instituiu a Estratégia Nacional de Formação de Especialistas para a Saúde, que prevê a ampliação da atenção primária no SUS. Desde então, o número de médicos atuando pelo programa dobrou, saltando de 12.843 em dezembro de 2022 para 24.894 em junho de 2024.

hudsonlacerda@diasporabr.com.br

Claudicando diante do imperialismo, #Lula perde muito da #esquerda e nada ganha da #direita

É inegável que houve uma mudança no tradicional posicionamento de Lula com relação aos que costumavam ser seus mais próximos aliados na América Latina

https://www.brasil247.com/blog/claudicando-diante-do-imperialismo-lula-perde-muito-da-esquerda-e-nada-ganha-da-direita

Por que esta exigência de nosso governo está sendo feita exatamente contra o processo bolivariano da #Venezuela? Por que nenhuma restrição foi levantada há tão somente uns poucos meses quando o presidente da #França Emanuel #Macron ignorou a clara e inobjetável vitória das forças de esquerda nas eleições parlamentares e manteve no cargo de Primeiro Ministro alguém filiado a seu derrotado grupo político? Por que o governo de #Lula e nenhum outro cobraram que o presidente de #ElSalvador, Nagib #Bukele, apresentasse as atas das recentes eleições nas quais ele foi dado como vencedor, a despeito de que a oposição tenha gritado fraude? Por que o governo peruano de #DinaBoluarte continua sem nenhum questionamento, sendo que é fruto de um descarado #golpe que removeu do cargo e prendeu o presidente legítimo, #PedroCastillo? Por que nem o #Brasil, nem os #EstadosUnidos, nem a #UniãoEuropeia abrem a boca para protestar contra a permanência no exercício do cargo presidencial de Volodimir #Zelenski, uma vez que o mandato do dito cujo já #expirou há um bom tempo?

hudsonlacerda@diasporabr.com.br

Manuel Domingos Neto: Lula não pode temer o militar

22/03/2024 - 18:01 Tempo de leitura: 3 min

Manuel Domingos Neto: ''Dissemina-se entre certos democratas a ideia de que #Lula teria agido corretamente ao interditar, no âmbito governamental, iniciativas relacionadas ao #Golpe de 1964. Assim, apaziguaria “tensões” e governaria com tranquilidade. Eu discordo. Essa ideia destitui Lula da condição de Comandante Supremo das Forças Armadas, conforme definido pela #Constituição"

(Para Oswald Barroso)

A ministra Luciana Santos e o ministro Camilo Santana suspenderão o financiamento de pesquisadores que estudem o golpe de 1964 e a ditadura que se seguiu?

A UnB será impedida de promover homenagem póstuma a Honestino Guimarães, assassinado pela ditadura?

O Ministério da Educação sustará reverências a Anísio Teixeira e Paulo Freire?

Deixará de implementar políticas contrárias ao ensino cívico-militar propugnado pelos fascistas?

Punirá professores que aludam ao golpe militar em sala de aula?

A ministra Marina Silva cancelará estudos ambientais que se refiram à devastação da Amazônia promovida pela Ditadura?

O ministro Sílvio Almeida coordenará o “esquecimento” do terrorismo de Estado praticado por mais de duas décadas?

A ministra Anielle Franco ignorará a homofobia e a misoginia praticada nos quartéis?

As homenagens aos golpistas serão suprimidas dos logradouros das cidades brasileiras?

O busto do golpista Castello Branco será retirado do hall da Escola de Comando e Estado Maior do Exército?

A orientação governamental para que os agentes públicos silenciem sobre o golpe de 1964 é esdrúxula e inexequível. Como entendê-la?

Dissemina-se entre certos democratas a falsa ideia de que a contenção do intervencionismo político castrense deve ser operada pela Polícia Federal, Ministério Público e STF. O governo não teria nada a ver com isso.

Lula teria agido corretamente ao interditar, no âmbito governamental, iniciativas relacionadas ao Golpe de 1964. Assim, apaziguaria “tensões” e governaria com tranquilidade.

Essa ideia destitui Lula da condição de Comandante Supremo das Forças Armadas, conforme definido pela Constituição.

Cabe ao presidente definir as diretrizes para a organização, funcionamento e emprego do aparelho militar. Cumpre-lhe exigir que seus subordinados acatem a lei.

A orientação de Lula confere autonomia descabida às Forças Armadas.

As corporações militares não podem ser entregues à sua própria vontade. Isso respaldaria a noção de que o militar constitui poder moderador, conforme o discurso fascista.

Militar não é responsável, em última instância, pelos destinos do Brasil.

Não cabe ao Comandante Supremo negociar politicamente com os comandantes. Comandante comanda; político negocia com político.

A ideia de confronto entre o poder político e as Forças Armadas admite a insubordinação.

Ao poder político cumpre exercer autoridade constitucional cobrando obediência e disciplina.

A atuação do Judiciário não suprime a responsabilidade do Presidente.

É compreensível a atitude temerosa de Lula diante dos quartéis. Todos nós tememos o desconhecido e Lula, como a maioria dos brasileiros, desconhece o militar.

Lula parece não entender que o militar é um agente público educado para cumprir ordens. Se não as recebe, decidirá por conta própria o que fazer.

Tramará em busca do comando político. Desavisado, Lula está estimulando a insubordinação da caserna.

É verdade que a Polícia Federal, o Ministério Público e o Judiciário cercam os militares mais reconhecidos como atuantes na arena política.

Mas trata-se de um cerco limitado: o conjunto das corporações têm responsabilidades na eleição de um promotor do descalabro. A punição de algumas dezenas de oficiais, mesmo de alta patente, será recado importante, mas insuficiente.

O Brasil precisa de novas diretrizes para a Defesa Nacional. Se bem definidas, essas diretrizes orientarão uma reforma do aparelho militar.

Não se trata de punir e, muito menos, promover desforra. Trata-se de preparar o Estado para exercer sua soberania em um mundo conflagrado. Neste mister, o Comandante Supremo é insubstituível.

O grito “sem anistia” exprime a vontade democrática. Mas há um enorme fosso entre essa vontade e a organização Forças Armadas missionadas para garantir a soberania nacional e democracia.

Quando Lula detiver conhecimento dos problemas da Defesa e dos assuntos militares, compreenderá que não tem direito de temer o soldado. Nem terá motivo para isso.

Emitindo ordens claras, amadurecidas e justificadas, o soldado lhe obedecerá.

  • Manuel Domingos Neto é doutor em História pela Universidade de Paris, escreveu O que fazer com o militar – Anotações para uma nova Defesa Nacional
hudsonlacerda@diasporabr.com.br

Lula e a Inteligência Artificial

#Lula defende #InteligênciaArtificial genuinamente #nacional, mas #Brasil segue #entregando #dados para aperfeiçoamento de IAs de empresas norte-americanas

#SérgioAmadeu

Opera Mundi https://operamundi.uol.com.br/opiniao/lula-e-a-inteligencia-artificial/
São Paulo

17 de março de 2024,
às 13:45

Poucas pessoas têm uma #intuição tão aguçada e profunda sobre as questões cruciais do seu tempo como o presidente #Lula. Em uma recente reunião do Conselho Nacional de #Ciência e #Tecnologia, o presidente brasileiro declarou de modo contundente querer “uma #IA (Inteligência Artificial) genuinamente #guarani” ou “ #yanomami ”. Cobrou dos pesquisadores que fizessem algo “nosso”.

É impressionante que Lula tenha dito uma frase tão certeira nesse momento crucial do desenvolvimento das tecnologias chamadas de “inteligentes”. Com sua sentença, Lula deixou evidente que a IA não é neutra, que ela porta as cosmovisões de uma #sociedade, que é desenvolvida conforme os traços culturais de uma #população. A IA atual é concebida e elaborada a partir de um universo cosmotécnico que não é o nosso, nem o dos yanomamis. O filósofo honconguês Yuk Hui parece ter conversado antes com Lula. Mas, sei que não.

Lula também reforçou o #pensamento de várias pesquisadoras, como a #matemática Cathy O’Neil, que nos alerta que as tecnologias digitais, apesar de sua reputação de #imparcialidade, refletem #objetivos político-econômicos e ideológicos. O’Neil escreveu que “os modelos (inclusive de IA) são #opiniões embutidas em matemática”. Cheguei a considerar que o presidente poderia ter lido e se inspirado na ideia de que as tecnologias informacionais expressam aquilo que Richard Barbrook e Andy Cameron nomearam como a “Ideologia Californiana” no título de seu livro de 1995.

O presidente também acertou em cheio ao cobrar dos cientistas brasileiros uma abordagem original da IA. Talvez alguém tenha alertado Lula de que aquilo que o mercado chama de “inteligência artificial” são na realidade sistemas algoritmos que extraem padrões de variadas e gigantescas base de dados para criar modelos que serão acessados a partir de interfaces digitais. A IA realmente existente é a dos sistemas automatizados que utilizam muitos dados e cada vez mais poder computacional, ou seja, infraestruturas com milhares de servidores. Por isso, Lula esboçou uma reclamação ao falar que temos tanta gente inteligente no Brasil, como se quisesse advertir alguns desavisados de que a IA realmente existente está muito longe de superar nossa inteligência orgânica.

Há um texto muito importante para mostrar que aquilo que naturalizamos nas tecnologias, em geral, são perspectivas e ideários que guardam cosmovisões. Um grupo internacional de #tecnólogos #indígenas, em 2021, utilizando a metodologia chamada design centrado no território – criada pelos povos indígenas da #Austrália – buscou criar protocolos de um sistema de parentesco para desenvolver uma estrutura algorítmica com base na chamada #computação #genética. Os algoritmos criados sob a orientação dos anciões receberam uma elevada pontuação em #diversidade e #complexidade, mas fracassavam em velocidade e eficiência. Esse relato presente no livro Out of the Black Box: Indigenous Protocols for AI (Saindo da caixa preta: protocolos indígenas para a AI, em tradução literal) evidencia que “fazer mais com menos” nem sempre é algo prioritário para uma #cultura. A velocidade algorítmica não interessava aos aborígenes. Interessa ao #capital. O acúmulo de dados é vital para os paradigmas dominantes na IA realmente existente.

Não é por menos que os Estados Unidos detém mais da metade dos #Data Centers do planeta. O insumo essencial da IA nas abordagens atualmente dominantes são os dados. Mas, eles não são como o petróleo, naturais; não brotam do chão. Dados são criados por #humanos, #empresas, #instituições, #indivíduos ou por #máquinas inventadas por humanos. As grandes empresas de tecnologia, as Big Techs, querem que acreditemos na sua #ideologia sobre dados para continuar a extraí-los como algo disponível na natureza. Por isso, mais uma vez Lula acertou ao pedir que os cientistas daqui façam algo. Para isso, teremos que estancar a coleta de dados absurda que é feita em nosso país para alimentar e treinar os sistemas algoritmos dos Estados Unidos.

O que Lula, apesar de sua intuição, não tratou, foi da colossal transferência de dados públicos que fazemos para as Big Techs. Também não se pronunciou sobre o fato de que o seu governo continua treinando os algoritmos da #IBM com dados dos servidores públicos, civis e militares, quando esses acessam o serviço de chat do #SouGov. Essa derrama de dados começou com Bolsonaro e continua no atual governo. Lula certamente não leu os Termos de Uso do SouGov. Nele, está justificado o envio de dados dos brasileiros para os Estados Unidos: “… tal armazenamento tem o objetivo de prover o aprendizado de máquina da ferramenta de chat denominada ‘Watson’, onde as interações dos usuários no chat são utilizadas para ‘aprendizado’ pelo computador que envia as respostas automáticas quando o usuário está sendo atendido por meio do chat do serviço SouGov.”

Tão grave quanto a entrega de dados dos servidores públicos brasileiros para um sistema que opera em solo norte-americano, longe da nossa jurisdição, é o fato de que mais de 70% das universidades brasileiras entregaram seus e-mails e listas de discussão, bem como seus repositórios para o armazenamento de arquivos para o Google e para a Microsoft. Lula poderia sugerir que o #MEC fizesse um consórcio com as universidades para construir data centers que mantenham nossos dados sobre nossa governança, servindo ao treinamento de sistemas algorítmicos desenvolvidos pela nossa inteligência coletiva. Seria um primeiro grande passo para proteger os nossos dados e desenvolver nossa IA.

(*) Sérgio Amadeu da Silveira é sociólogo e Doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo. É professor-adjunto da Universidade Federal do ABC (UFABC). Foi presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação e membro do Comitê Gestor da Internet no Brasil.