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Jeferson Miola: Lula tem razão; Rafah é o Gueto de Varsóvia de Israel - Viomundo

Lula tem razão: Rafah é o Gueto de Varsóvia de Israel

Por Jeferson Miola, em seu blog

Na contramão de líderes das potências mundiais cúmplices ou omissos com a ofensiva #genocida de #Israel, o presidente #Lula honrou a #dignidade humana e #denunciou, com coragem e destemor, o #Holocausto palestino que está sendo executado pelo regime #nazi-sionista de #Apartheid.

Lula afirmou que “na Faixa de Gaza não está acontecendo uma guerra, mas um #genocídio. Não é uma #guerra entre soldados e soldados. É uma guerra entre um Exército altamente preparado e [contra] mulheres e crianças”.

“O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando #Hitler decidiu matar os #judeus”, complementou.

Em artigo comovente e dilacerante no jornal O Globo [18/2], a jornalista e documentarista Dorrit Harazim relata a realidade tétrica na Faixa de Gaza.

“Dados levantados pela Save the Children apontam para mais de dez crianças mutiladas por dia, com a perda de uma ou ambas as pernas. Isso há quatro meses. E talvez já chegue a 25 mil o número das que perderam ao menos um dos pais na guerra”, escreveu.

A cifra é macabra: Israel já assassinou mais de 12 mil crianças palestinas, uma a cada 13 minutos. E deixou outras milhares delas aleijadas, mutiladas e órfãs.

Segue Dorrit: as crianças “emergem mudas de algum escombro, cobertas de pó e sangue. Não choram, não demonstram medo. Estão em choque, à deriva na devastação geral. Inicia-se então uma labiríntica procura por alguma família aparentada capaz de acolher mais uma infância em ruínas. Às que têm a sorte de continuar com algum colo de mãe ou presença de pai/tio/avô por perto, as sequelas previsíveis são inomináveis”.

A jornalista cita relato horroroso da pediatra americana Seema Jilani, assessora sênior do Comitê Internacional de Resgate, que passou duas semanas no Hospital Al-Aqsa de Khan Yunis e que, nas primeiras horas de plantão, teve de atender um bebê de 12 meses que havia sido vitimado por um bombardeio israelense.

A médica disse que o bebê “tinha o braço e a perna direita arrancados por uma bomba. A fralda estava ensanguentada e se mantinha no lugar, apesar de não haver mais perna. Eu o tratei primeiro no chão, pois não havia macas disponíveis (…). A seu lado havia um homem emitindo os últimos respiros. Estava ativamente morrendo havia 24 horas, com moscas por cima (…) O bebê de 1 ano sangrava profusamente no tórax… Não havia nem respirador, nem morfina, nem medidor de pressão em meio ao caos. (…) Um cirurgião ortopédico envolveu com gaze os tocos da criança e comunicou que não a levaria de imediato para o centro cirúrgico porque havia casos mais urgentes”.

Por maior que fossem o desespero e o empenho em salvar a vida da criança, a pediatra sabia, no entanto, que seria priorizado o atendimento a “algum outro estropiado da guerra com pelo menos uma ínfima chance de ser salvo. Considerando as carências colossais, não era o caso daquele bebê”.

Dorrit denuncia como insano o plano israelense de ataque terrestre aos palestinos na cidade de Rafah com o falso pretexto de derrotar o Hamas.

“Ali está espremido 1,5 milhão de palestinos já exauridos. Fugiram do chão que habitavam mais ao norte para escapar dos bombardeios. Estão numa ratoeira […]”.

O regime nazi-sionista de Netanyahu confinou pelo menos 1,5 milhão de palestinos no sul do campo de concentração da Faixa de Gaza, na cidade de Rafah, originalmente habitada por cerca de 160 mil pessoas.

A “ratoeira”, como destacou Dorrit, é uma repetição do Gueto de Varsóvia, onde Hitler cercou com muros e encurralou a população judaica da capital da Polônia, em 1940.

Do mesmo modo como os nazistas fizeram com os judeus no Gueto de Varsóvia, no Gueto de Rafah os nazi-sionistas expõem os palestinos a doenças, epidemias, e a restrições severas de comida, água, remédios e assistência médica ou humanitária.

Assim como os judeus do Gueto de Varsóvia foram transferidos para serem mortos em Auschwitz e nas câmaras de gás em Treblinka, os palestinos encurralados em Gaza apenas esperam a hora de serem exterminados por bombardeios, pestes, fome ou por desterro, onde serão condenados à morte como povo-Nação.

A reação de Netanyahu à manifestação do Lula repete a habitual chantagem oportunista e hipócrita da propaganda nazi-sionista.

“Isto é uma banalização do Holocausto e uma tentativa de atacar o povo judeu e o direito de Israel à autodefesa. Fazer comparações entre Israel, os nazis e Hitler é cruzar uma linha vermelha”, declarou o comandante da limpeza étnica.

Com igual atrevimento e hipocrisia, o chanceler do regime nazi-sionista Israel Katz disse que “as palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves. Ninguém prejudicará o direito de Israel se defender”.

Vergonhosa e, também, indecente, é a justificação sionista do Holocausto palestino a pretexto de se defender e de combater o Hamas, quando na realidade é uma ofensiva genocida entre um Exército altamente preparado contra mulheres e crianças, como disse o presidente Lula.

Dorrit Harazim termina seu memorável artigo-denúncia lembrando o psicanalista Viktor Frankl, judeu austríaco que sobreviveu a Auschwitz, que disse que, “no fundo existem apenas duas raças — [das] pessoas decentes e [das] pessoas indecentes”. Não é preciso grande esforço para saber que o sionismo representa a raça indecente.

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Os quatro cavaleiros da III Guerra. Por Chris Hedges

#Biden sempre foi um ardente #militarista – ele estava clamando por uma #guerra com o Iraque cinco anos antes da invasão dos EUA. Ele construiu sua carreira política respondendo ao #asco da classe média branca pelos movimentos populares, incluindo os movimentos anti-guerra e pelos #direitos civis, que convulsionaram o país nas décadas de 1960 e 1970. É um #republicano #disfarçado de #democrata. Ele se juntou aos #segregacionistas do sul para se opor à entrada de estudantes #negros em escolas exclusivas para #brancos. Ele se opôs ao financiamento federal de abortos e apoiou uma #emenda constitucional que permite aos estados #restringir o #aborto. Ele atacou o presidente George H. W. #Bush em 1989 por ser demasiado #brando na “guerra às #drogas”. Ele foi um dos arquitetos do Projeto de #lei #criminal de 1994 e um uma série de outras leis draconianas que mais do que duplicaram a população carcerária dos EUA, militarizaram a #polícia e levaram à aprovação de leis sobre drogas que levaram as pessoas à #prisão #perpétua sem liberdade condicional. Ele apoiou o Acordo de Livre Comércio da América do Norte, a maior traição da classe operária desde a Lei Taft-Hartley de 1947 [que #restringiu a #atividade #sindical no país como uma reação de um Congresso conservador a uma onda de #greves após a Segunda Guerra Mundial]. Ele sempre foi um estridente #defensor de #Israel, e se gabava de ter obtido mais #arrecadação de fundos para o Comitê Americano de Assuntos Públicos de Israel ( #AIPAC ) do que qualquer outro senador.

#Guerra #ChrisHedges #EUA #USA

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‘Queremos que Putin venha no G20’, declara Celso Amorim

Assessor especial de Lula afirmou que para Brasil, a Rússia é ‘ator necessário’ na cúpula e questionou ‘hipocrisia’ do Tribunal Penal Internacional em aplicar mandado de prisão contra líder russo, mas não aos ‘outros que cometeram crimes de guerra’

#war #guerra #hipocrisia #TPI #ICC-CPI #Lula #Brasil #Rússia #Russia #Putin #CelsoAmorim

fa@venera.social

"Lágrimas de crocodilo" - durante uma palestra na Universidade de Waterloo, o professor Norman Finkelstein, cientista político judeu estadunidense, dá uma aula a uma espectadora que, aos prantos, insinuou que seu discurso era antissemita -

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Pepe Escobar: Cambaleando para a Solução Final

#PepeEscobar é jornalista e correspondente de várias publicações internacionais

A guerra contra a #Rússia na #Ucrânia e a "guerra ao terror" de #Israel em #Gaza são fronts paralelos de uma #única #guerra #global que se se alastra de forma horrenda

15 de outubro de 2023, 05:08 h

Tu roubaste os pomares de meus ancestrais
E a terra que eu cultivava
E não deixaste nada para nós
Exceto estas pedras…
Se eu ficar faminto, a carne do usurpador será meu alimento. 
    – Mahmoud Darwish, poeta nacional palestino

Está agora confirmado que a inteligência egípcia avisou seus colegas israelenses apenas três dias antes da Tempestade Al-Aqsa que alguma coisa grave viria do Hamas. Tel Aviv, com seu aparato de segurança multibilionário e o a Força de Defesa de Israel, "o exército mais poderoso do mundo", preferiram ignorar o aviso.

Isso configura dois vetores principais.

1) Tel Aviv consegue seu pretexto "Pearl Harbor" para implementar uma remixagem da "guerra ao terror" acrescida de uma espécie de Solução Final para o "problema de Gaza" (já em andamento).

2) O Hegêmona, abruptamente, muda a narrativa, afastando-a da inevitável e cósmica humilhação conjunta da Casa Branca e da OTAN nas estepes da Novarossia – uma derrota estratégica que faz a humilhação anterior no Afeganistão parecer um baile de máscaras na Disneylândia.

O total bloqueio dos "animais humanos" (direitos autorais do ministro da defesa de Israel) em Gaza, na verdade uma população civil de 2,3 milhões de pessoas, foi imposto nesta última segunda-feira. Sem comida, sem água, sem combustíveis, sem artigos de primeira necessidade.

Isso é crime de guerra e crime contra a humanidade, espezinhando os quatro princípios básicos da Lei dos Conflitos Armados (LCA) – e tudo sob os devidos aplausos ou, na melhor das hipóteses, a total indiferença do OTANistão e de sua mídia convencional controlada por oligarcas.

Cristãos, muçulmanos, judeus e outros grupos étnicos viveram pacificamente na Palestina durante séculos até a imposição do Projeto Sionista racista – acompanhado dos atributos Dividir e Dominar do colonialismo de assentamentos.

A Nakba é uma antiga lembrança de 74 anos atrás. Estamos agora muito além do apartheid – e ingressando na total exclusão e expulsão dos palestinos de sua terra natal.

Em janeiro de 2023, o próprio primeiro-ministro de Israel Netanyahu enfatizou que "o povo judeu tem o direito exclusivo e inquestionável a todas as áreas da Terra de Israel".

Agora, o exército israelense enviou nada menos que uma ordem para que a ONU evacue por completo todos os residentes do Norte de Gaza – 1,1 milhões de pessoas – para o Sul de Gaza, próximo a Rafah, o único ponto de cruzamento da fronteira com o Egito.

Essa deportação maciça e forçada de civis seria o prelúdio para a destruição total do Norte de Gaza, somado à expulsão e confisco das terras ancestrais palestinas – chegando muito perto da Solução Final Sionista.

Bem-vindos ao Sociopatas Unidos

Netanyahu, um sociopata com uma notória folha-corrida, consegue se safar ileso de uma longa série de crimes de guerra devido ao total apoio da Casa Branca, o combo "Biden" e o Departamento de Estado – para não falar dos insignificantes vassalos europeus.

Acabamos de testemunhar o Secretário de Estados dos Estados Unidos – um funcionário de QI baixo sem a menor noção de coisa nenhuma – indo a Israel para dar apoio ao castigo coletivo "como um também judeu".

Ele disse que seu avô "fugiu pogroms na Rússia” (isso foi em 1904). Então veio a conexão direta – nazista – de "meu padrasto sobreviveu a Auschwitz, Dachau e Majdanek". Impressionante, são três campos de concentração seguidos. O secretário obviamente se esquece de que a URSS liberou todos os três.

Então veio a conexão Rússia-Nazistas-Hamas. Pelo menos, tudo ficou bem claro.

Internamente, Netanyahu só é capaz de continuar como primeiro-ministro devido a dois parceiros de coalizão ultrassionistas especialmente hidrófobos, racistas e supremacistas. Ele nomeou Itamar Ben-Gvir como Ministro da Segurança Nacional e Bezalel Smotrich como Ministro das Finanças – ambos de fato incumbidos da proliferação de assentamentos por toda a Cisjordânia, em escala industrial.

Smotrich já declarou oficialmente que "não há palestinos porque não há um povo palestino".

Ben-Gvir e Smotrich, em tempo recorde, estão a caminho de dobrar a população de colonos nos cantões de toda a Cisjordânia, de 500 mil a um milhão. Os palestinos – não-cidadãos de fato – são 3,7 milhões. Os assentamentos ilegais – não aprovados formalmente por Tel Aviv – estão pipocando por toda a parte.

Em Gaza – onde a pobreza atinge 60% dos habitantes e o desemprego de jovens é maciço – agências da ONU tentam desesperadamente evitar uma iminente catástrofe humanitária.

Mais de um milhão de pessoas em Gaza, a maioria mulheres e crianças, dependem de ajuda da ONU para se alimentarem. Dezenas de milhares de crianças vão às escolas da UNRWA (a UNRWA é a agência para refugiados palestinos).

Tel Aviv agora as vem matando – suavemente. Pelo menos onze funcionários da UNRWA foram mortos na semana passada (incluindo professores, um médico e um engenheiro), pelo menos 30 crianças mais cinco integrantes da Cruz Vermelha Internacional e do Crescente Vermelho.

Para arrematar tudo, ainda há o ângulo do Gasodutistão – roubando o gás de Gaza.

Pelo menos 60% das vastas reservas de gás descobertas em 2000 ao longo da costa Gaza-Israel pertencem legalmente à Palestina.

Um consequência importante da Solução Final aplicada a Gaza se traduz na transferência da soberania sobre os campos de gás para Israel – em mais um descumprimento maciço do direito internacional.

A Maioria Global é Palestina

Em meio à horripilante perspectiva de Israel despovoar toda a metade Norte de Gaza, ao vivo na televisão, aplaudido por hordas de zumbis do OTANistão, não seria forçado levar em conta a possibilidade de Turquia, Egito, Síria, Iraque, Irã, Líbano, Iêmen e as monarquias do Golfo se unirem, em diversos níveis, para exercer uma assoberbadora pressão contra a implementação da Solução Final Sionista.

Praticamente todo o Sul Global/Maioria Global está com a Palestina.

A Turquia, problematicamente, não é um país árabe tendo mostrado grande proximidade ideológica ao Hamas em um passado recente. Supondo-se que a atual gangue Netanyahu venha a se engajar em diplomacia, a melhor equipe de mediação possível seria formada pela diplomacia da Arábia Saudita, Qatar e Egito.

A Índia acaba de se apunhalar na cabeça como um líder da Maioria Global: seus dirigentes parecem ficar com tesão quando encaram Israel.

Então, há os Grandes Soberanos: a parceria estratégica Rússia-China.

A Rússia e o Irã também estão ligados por uma parceria estratégica – incluindo todos os níveis militares estado-da-arte. A reaproximação Irã-Arábia Saudita, mediada e fechada pela China, levou, nesta semana, a uma conversa telefônica entre Mohammad bin Salman e Ebrahim Raisi, pela primeiríssima vez, coordenando seu firme apoio aos direitos legítimos do povo palestino. Bashar al-Assad, da Síria, acaba de visitar a China, onde foi recebido com todas as honras de chefe-de-estado.

A característica sofisticação diplomática da China – muito além da Tempestade Al-Aqsa – significa o apoio aos direitos palestinos. Todo o mundo árabe e todas as terras do Islã têm esse claro sentimento, enquanto Israel e o OTANistão são insensíveis a nuances.

Com a Rússia, entramos em território heavy metal. No início desta semana, o embaixador de Israel na Rússia, Alexander Ben Zvi, foi finalmente recebido, depois de diversas tentativas pelo Chanceler Adjunto Mikhail Bogdanov. Foi Israel que praticamente implorou por uma reunião.

Bogdanov foi direto ao ponto, sem rodeios: Ben Zvi foi advertido de que o plano do exército israelense de literalmente destruir Gaza, expulsar a população nativa e praticar limpeza étnica daqueles "animais humanos" estava carregada das "consequências mais devastadoras para a situação humanitária da região".

Isso sugere um cenário bastante possível – cujas consequências seriam igualmente devastadoras: Moscou – em colaboração com Ancara – lançar, com o apoio de todo o Sul Global, uma operação fura-bloqueio contra Israel.

Não é segredo – além do modus operandi – que Putin e Erdogan discutiram a possibilidade do envio de um comboio naval humanitário turco a Gaza, que seria protegido de ataques israelenses pela marinha russa a partir de sua base naval de Tartous, na Síria, e da aeronáutica russa saindo de Hmeimim. Isso aumentaria os riscos a níveis inimagináveis.

O que já está claro é que a guerra por procuração do Hegêmona contra a Rússia na Ucrânia, e a "guerra ao terror" israelense remixada em Gaza são apenas fronts paralelos de uma única guerra global que se se alastra de forma horrenda. (Tradução de Patricia Zimbres)

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Vice-presidente eleita da Colômbia, Francia Márquez concede entrevista a Mônica Bergamo na sede da Fundação Perseu Abramo, em São Paulo Rubens Cavallari - 26.jul.2022/Folhapress

28.jul.2022 às 4h00

#MônicaBergamo é jornalista e colunista.


No próximo dia 7, a #Colômbia viverá um momento histórico: #GustavoPetro, eleito presidente em junho, tomará posse como primeiro presidente de #esquerda da história do país.

Mais simbólica ainda será a chegada da vice-presidente eleita, #FranciaMárquez, ao poder. Aos 40 anos, advogada e ativista ambiental, ela será a primeira #mulher #negra a ocupar um cargo tão elevado na hierarquia colombiana.

Francia nasceu em Suárez, no Vale do Cauca, e ficou conhecida pela luta contra a mineração ilegal. Mãe solo aos 16 anos (ela hoje tem dois filhos), trabalhou como empregada doméstica para pagar os estudos.

A força de sua figura emblemática fez com que ela tivesse uma agenda superlotada na terça (26) em São Paulo, onde se encontrou com o ex-presidente #Lula ( #PT ). Na mesma tarde, abriu espaço para se reunir com lideranças de movimentos negros, do #MST, do #PSOL e lideranças #LGBTQIA+ na sede da Fundação Perseu Abramo, vinculada ao PT.

Anotou tudo o que ouviu, tirou selfies e depois partiu para o Rio de Janeiro para se encontrar com novas lideranças.

Antes de viajar, Francia Márquez concedeu uma entrevista à coluna em que defendeu a legalização das drogas, revelou como mulheres negras na Colômbia foram violentadas e marcadas como animais, reconheceu que a esquerda governará em contexto mundial adverso e disse torcer pela eleição de Lula.

A senhora veio ao Brasil e se reuniu com Lula e com diversas lideranças políticas e sociais —nenhuma delas ligada a Jair Bolsonaro. Como vai ser a relação de seu governo, que começa em agosto, com o dele, que fica no cargo pelo menos até dezembro?

Eu vim ao Brasil para me reunir com líderes políticos e sociais, tanto do movimento negro quanto de esquerda. Acabo de falar com o candidato à Presidência do Brasil que espero que ganhe as eleições, Lula da Silva.

E digo isso porque acredito que Lula é o único presidente que levou em consideração os direitos da população negra no Brasil. Um país em que mais de 50% das pessoas são negras tem que pensar em políticas de governo a favor dessa população.

É como uma diáspora africana, uma diáspora de descendência africana. Temos um enraizamento negro profundo. Brasil e a Colômbia são os dois países da América Latina com a maior população afrodescendente da região.

São cerca de 200 milhões de afrodescendentes ou negros, o que exige uma política internacional para lutas contra o racismo.

Em segundo lugar, sou a primeira mulher de ascendência africana a ser eleita vice-presidente da Colômbia, em duzentos anos [de pleitos eleitorais]. E a segunda da região [antes dela, #EpsyCampbell foi eleita vice-presidente da #CostaRica, em 2018].

Nesse sentido, meu compromisso, além da responsabilidade legal que tenho na Colômbia, é também de impulsionar as lutas dos movimentos sociais negros, dos movimentos #indígenas, dos movimentos #camponeses, dos movimentos #ambientais que ajudam a enfrentar o desafio da crise ambiental, dos movimentos de #mulheres por seus #direitos à #igualdade e #justiça. Essa é a razão pela qual vim ao Brasil.

Sobre o governo #Bolsonaro: o povo brasileiro votou nele. E respeitamos essa decisão, ainda que não concordemos com as ideias e políticas dele.

Temos políticas de compromisso social, e as políticas do presidente Bolsonaro são de outra dimensão. Mas nós o respeitamos porque o povo brasileiro votou nele, e os povos têm autonomia para decidir sobre seu destino. Tentaremos ter as relações necessárias e possíveis para que haja tranquilidade na região.

Há algum temor de que o presidente Bolsonaro não respeite o resultado das #eleições brasileiras e haja turbulências? Vocês têm isso no radar?

Na Colômbia também enfrentamos o processo eleitoral com muitos receios. Nos últimos dias de campanha, [o candidato a presidente] Gustavo Petro e eu precisamos fazer discursos cercados por escudos antibalas por causa das ameaças de assassinato que recebíamos.

Foi muito complicado. E esperamos que esse processo no Brasil seja democrático, tranquilo, que transcorra em paz e que os brasileiros tomem a sua decisão.

Se o processo democrático não for respeitado, haverá uma violação aos direitos humanos.

Se isso ocorrer, vocês, brasileiros, teriam que ver em primeiro lugar o que fazer. E nós levantaríamos a nossa voz a favor da democracia na região, a favor da paz, a favor da garantia dos direitos humanos com todo o respeito que cada governo e cada país merece.

A senhora é #ambientalista, e a Colômbia compartilha a #floresta amazônica com o Brasil. Como vê as políticas do governo Bolsonaro para a região?

A #Amazônia é compartilhada por #Brasil, #Peru, Colômbia. E, nesse sentido, é um ecossistema. Um governo que não pensa em conservar ou proteger a Amazônia, reconhecendo que ela é o pulmão do mundo, que grande parte da biodiversidade do ar e da vida é gerada neste lugar, é um fracasso.

Conservar e cuidar da floresta é um desafio, sim, para o nosso governo e para o governo do Brasil, frente à crise ambiental do planeta.

De nossa parte, acompanhamos a decisão dos povos de cuidarem de seu território como um espaço de vida.

Nosso governo se comprometeu a fazer a #transição da #economia extrativista para a economia sustentável. E vamos trabalhar nisso. É claro que a mudança não acontece da noite para o dia. É um processo que implica adaptações institucionais, normativas, #pesquisa, #ciência e #tecnologia para fazer essas inovações.

Mas é uma necessidade mudarmos para um modelo econômico que seja sustentável. Na Colômbia, estamos dispostos a começar a jornada. Esperamos que isso aconteça em toda a região.

A Colômbia elegeu pela primeira vez em sua história um governo de esquerda. Países como #Chile, #Bolívia e #Argentina também têm presidentes desse campo político, o que tem sido visto como uma nova "onda rosa" no continente. Caso Lula não ganhe as eleições, essa onda perderia força? Ficaria mais difícil implantar as políticas que defendem?

Se Lula ganhar, seguramente será mais fácil promover essas agendas pois seu governo já tinha começado a adotar políticas de inclusão, de erradicação da fome, políticas para garantir a participação de mulheres.

Se ele não vencer as eleições, os movimentos brasileiros vão seguir na resistência, não? E nós, desde a Colômbia, vamos ter que ver como nos articularemos com o movimento do Brasil, que é enorme, que é diverso, que é gigante e coloca as lutas sobre a mesa.

Mas se Lula ganhar será magnífico porque não somente vamos nos articular entre movimentos sociais, mas também com um governo que terá agendas muito semelhantes às que impulsionaremos a partir da Colômbia.

Na primeira "onda rosa" da América Latina, no começo dos anos 2000, o momento econômico era muito favorável. E agora há pandemia, guerra, inflação e recessão. E uma nova direita emergiu com força nesses países. Será possível à esquerda repetir os êxitos de distribuir renda e tirar tantas pessoas da pobreza? Ou pode haver uma grande frustração?

A Colômbia nunca fez parte dessa onda. Os governos do país sempre foram de #direita ou de #ultradireita. Os povos étnicos, os movimentos de esquerda nunca tiveram a oportunidade de governar.

É a nossa primeira experiência de governo. O momento é mais difícil, mas ele seria difícil também para um governo de direita.

Ainda que adverso, assumimos a necessidade de mudanças. E vamos implementá-las, em meio às diferenças e às possibilidades que se apresentam. A Colômbia tem vários #desafios, e um deles é chegar à #paz. Se alcançarmos a paz completa na Colômbia, toda a região se beneficiará. Estamos buscando um grande acordo nacional.

Outro desafio é enfrentar o #racismo estrutural.

Vamos criar o Ministério da Igualdade, fundamental para que o país comece a reconhecer que existem comunidades vulneráveis, que as maiorias não têm condições básicas para viver com dignidade, que há uma desigualdade histórica no país que precisa ser superada.

Vamos criar também a Comissão de Reparação Histórica sobre os efeitos da #escravidão e do #colonialismo.

Além do cenário econômico adverso, vocês têm também uma #oposição de direita muito forte no #Congresso. De novo: as #expectativas geradas não estão muito altas?

É claro que as pessoas têm expectativas, pois nunca antes houve um governo progressista e de esquerda. Mas temos sido muito honestos. Obviamente que não se transformam 500 anos de opressão, exclusão e violência em apenas quatro anos [duração do mandato de Gustavo Pietro e da vice].

Seguramente muitas das mudanças que desejamos não conseguiremos fazer. Mas temos focado em alguns pontos, como os acordos de paz, as questões energéticas, a recuperação da produção do campo colombiano. Talvez não com uma #reformaagrária, que é o desafio maior, mas com o que já existe. O Estado tem terras, as famílias têm terras, os indígenas têm terras produtivas.

O que todos precisam é de apoio para produzir: Subsídios, estrada, infraestrutura, conectividade, tecnologia para desenvolver seus projetos.

Os #EUA e a Colômbia há muitos anos declararam a chamada #guerra às #drogas. A senhora acredita na sinceridade dessa guerra? Ou ela serviu de pretexto para que os norte-americanos pudessem ter uma presença militar muito forte no país, com sete bases e inclusive deslocamento interno de tropas? Como será a partir de agora a relação entre os dois países?

A ideia é fortalecer a relação com os Estados Unidos. Já estamos falando com eles a partir de novos enfoques. Não o de segurança, mas, sim, o de justiça social, o de enfrentamento das mudanças climáticas.

Estamos conversando sobre novos caminhos para mudarmos o paradigma da #política antidrogas, que tem sido ineficaz, que tem deixado mortos nos territórios e riquezas nos bancos. Que tem levado corrupção às instituições do Estado colombiano.

Conversamos agora em termos de regularização, de legalização [das drogas], de mudar o uso da #coca e da #maconha para produzir #medicamentos, #alimentos e para uso na indústria #têxtil.

A senhora acredita que a Colômbia está pronta para discutir a legalização das drogas?

Nunca esteve pronta. Assim como nunca esteve pronta para ter uma vice-presidente mulher e negra. E aqui estou eu.

Nenhum país nunca estará pronto [para certos temas] se não fazemos o exercício da mudança. O Brasil nunca estará pronto para a participação das mulheres se algumas não se atrevem a disputar o poder. Há que fazer. Há que tentar, pelo menos. E é isso o que nós vamos fazer.

E a presença #militar dos EUA na Colômbia?

Ainda não dialogamos sobre isso. O que, sim, vamos fazer é uma #reforma nas #polícias para que elas atuem de acordo com os #direitoshumanos, para que jovens, camponeses e líderes sociais colombianos deixem de morrer, para que elas recuperem a confiança da sociedade.

​A Colômbia voltará a ter relações com a #Venezuela e reconhecerá #NicolásMaduro como presidente do país?

Claro que sim. Ele é o presidente. Vamos rever as relações com a Venezuela para garantir os direitos sobretudo de todas as pessoas que vivem nas fronteiras e que foram afetadas por essa política violenta entre a Colômbia e aquele país. Vamos resolver o conflito fronteiriço, reativar o comércio que existia nas fronteiras e encontrar o caminho que nos permita sair desse conflito armado.

Como vê o governo de Maduro?

Eu o respeito tanto quanto respeito o governo do Brasil. Seguramente não compartilhamos de muitas coisas, mas é o governo que os venezuelanos elegeram, assim como Bolsonaro é o presidente que vocês elegeram aqui. Então nós os respeitamos e reconhecemos.

Reconhecemos a autonomia e a autodeterminação dos povos, mesmo que não estejamos de acordo com eles. Mas, em meio a divergências e desacordos, eu acredito que se pode construir.

A ex-presidente #Dilma Rousseff dizia que os homens no poder, por mais duros que sejam, são vistos como firmes, decididos. E que o olhar para a mulher é diferente, há muitos preconceitos. É isso mesmo. Nenhuma mulher que não tenha caráter vai chegar a um lugar como o que eu cheguei. Para chegar ao poder, se necessita caráter, mostrar que somos capazes.

Na campanha, diziam a meu respeito: "Ah, por que ela não ri?". Porque não há do que rir. A mulher não tem que estar todo o tempo sorrindo na política. Os homens não sorriem todo o tempo.

#machismo na política, e temos que romper com isso. Com os estereótipos e com as formas erradas de se medir as mulheres na política. Eu acredito que temos o direito de nos expressarmos da forma que queiramos. Isso também é bem político.

​> Há hoje questionamentos sobre o que se chama de "feminismo branco", em que os problemas e anseios das mulheres #negras não teriam sido reconhecidos. Como você se relaciona com o feminismo e o que pensa disso?

Eu venho reconhecendo o #feminismo e aprendendo [com ele], reconstruindo-me do machismo também. Mas reconhecendo que as violências patriarcais e de #gênero não afetam todas as mulheres da mesma maneira, ainda que sejam as mesmas violências.

Portanto, as políticas têm que levar em consideração a interseccionalidade de raça, classe e gênero.

A Comissão da Verdade na Colômbia acaba de entregar o relatório específico sobre povos étnicos, negros e indígenas. Ele mostra que uma grande parte das mulheres do país experimentou efeitos desproporcionais do conflito armado. Muitas foram estupradas. Mas as mulheres negras, além disso, foram marcadas, como no tempo da escravidão.

Isso mostra o nexo entre o racismo e o conflito armado. Os atores armados, além de violarem aquele #corpo por ser mulher, consideraram que, por ser negra, poderiam marcá-la como a um animal.

epr@wk3.org

Esta publicación es una respuesta a un hilo de #Mastodon, en donde el usuario @Aurochs nos comparte un gráfico de densidad poblacional de Rusia y muertes de soldados cada 100.000 habitantes en cada región del territorio ruso. El gráfico es confuso e incompleto, y remite a fuentes no verificables y parciales. Además, el usuario @Aurochs nos dice que “Rusia manda a morir a sus pobres. Soldados asiáticos para su guerra eslava.”, malinterpretando los datos del gráfico.

Gráfico:


Investigando elaboré esta respuesta, para así poder disipar los errores de interpretación, y dejar en claro el origen del gráfico y sus fuentes.

  • Las muertes identificadas fueron sacadas del grupo de Telegram “Горюшко”. Su enlace dice literalmente печальбеда200, que significa “tristeza200”. Tiene una foto pública que dice Потерь нет, significando “Sin pérdidas”. No es un canal de comunicación oficial, y tiene rasgos indicativos de ser un grupo de oposición a la operación militar especial de #Rusia en #Ucrania, potencialmente compuesto de ‘pacifistas’, y/o de varios otros espectros políticos (liberales, nazis, socialdemócratas, etc.).

  • El mapa de densidad poblacional proviene de acá.

  • La publicación de origen (en ruso), que combina las previas variables: los números de muertos del grupo de Telegram (canal no oficial), y el mapa de densidad poblacional (realizado profesionalmente), se remite al usuario Ganna Olenyeva, que es nazi.

Solo a modo de observación: en la publicación original (en ruso), se habla de “soldados” muertos, la que @Aurochs comparte (en inglés), dice “ciudadanos”.

El usuario Ganna Olenyeva tiene una imagen de perfil con un símbolo nazi del ejército ucraniano.

La siguiente:

Voy a subirla a esta publicación también, por si el usuario la cambia algún día.

Lo previamente señalado nos debe orientar en torno a la intencionalidad de quienes elaboran este tipo de material, y la ingenuidad de quienes lo divulgan. Pero para atender a las desatinadas conclusiones del usuario @Aurochs, me voy a enfocar en señalar algunas inconsistencias que nos evitarían confusiones.

En el gráfico las pérdidas se señalan desde 10 de mayo de 2022, pero no se indica hasta qué período se limita el cómputo, lo cual conduce a una inutilidad del esquema para orientarnos en torno a las dimensiones de lo que se intenta retratar. Si viésemos un gráfico del mes de abril, por ejemplo, por contraste podríamos tentar alguna conjetura, o elaborar alguna observación de utilidad (aunque sea provisional) que nos oriente de algún modo.

Hay un error de interpretación en los datos del gráfico. El cociente del número de soldados muertos sobre la cantidad de población según región, va a variar tanto según el número de muertos como del número de habitantes de cada zona. Así, el resultado gráfico (el color) va a ser distinto en cada zona aun cuando la cantidad de soldados muertos pueda ser la misma. Creer que ver una zona más azulada significa que “acá murieron menos soldados” es un error matemático. Podría haber más soldados muertos de una zona más densamente poblada, y menos soldados muertos de una zona menos densamente poblada, y aun así la zona menos densamente poblada aparecer en rojo.

Otra errónea conclusión a la que el usuario @Aurochs arribó, es a que se estaría mandando a morir a soldados de etnias no-eslavas, no ruso-étnicas, o “no-blancas”. Esta confusión nace de la mala interpretación anterior, y se “deduce” tomando como referencia las regiones más rojizas del gráfico (que como no son moscovitas, se presume no serían territorios con una alta presencia de etnia rusa).

Acá podemos ver un mapa en donde se muestra la presencia de rusos étnicos por región:

También puede resultar útil ver un gráfico con los números generales de las etnias de Rusia.

Más allá de las conjeturas erróneas que nacen del confuso e incompleto gráfico original, es necesario decir que la elección de conjuntos militares provenientes de latitudes fuera del área de Moscú, como lo son las fuerzas especiales ‘Ajmat’ de Chechenia, se trata de una decisión inteligente y a la altura. Las fuerzas especiales chechenas tienen una vasta experiencia en antiterrorismo, merced de los padecimientos que experimentaron en su república (mundialmente conocidos). Mandar a estos heroicos soldados a dar fin a las masacres y exterminios que aun llevaban a cabo los nazis ucranianos es absolutamente pertinente.

Con esto último también tiramos abajo el desatino de sospechar que hay un plan de “mandar a morir a rusos no moscovitas”, cual si combatir a un ejército de nazis armados hasta los dientes no fuera más que un relato mediático para esconder un plan delirante, racista y genocida del presidente #Putin.


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