#negro

hudsonlacerda@diasporabr.com.br

“Externou o que está no #imaginário de muitos de nós”, diz coletivo de #judeus sobre falas de #Lula

“Dando um passo além nas contínuas denúncias dos #crimes cometidos por #Israel contra os palestinos, o presidente Lula causou furor ao fazer uma #comparação entre o que ocorre hoje em #Gaza e o que #Hitler fez com os judeus durante o #nazismo.

A comparação entre genocídios é sempre delicada pois a experiência vivenciada por cada povo afetado é inigualável. Cada um representa uma narrativa singular e dolorosa na história das comunidades vitimadas. Logo, não há como estabelecer qualquer hierarquia entre genocídios. É impossível estabelecer uma métrica objetiva para determinar o ‘pior’ #genocídio da história. Categorizar historicamente vítimas maiores ou menores é uma perigosa armadilha de reprodução de #racismo.

A contradição do povo judaico ser ora #vítima e agora #algoz é palpável, tenebrosa e desalentadora. Lula externou o que está no #imaginário de muitos de nós. Uma comparação que causa muita #dor a judias e judeus de todo mundo, que tiveram as suas vidas cindidas pelo genocídio dos judeus na Europa, e agora veem um crime similar sendo cometido, supostamente em seu #nome. Enquanto coletivo de judias e judeus, temos antepassados que foram vítimas do #Holocausto nazista, e entendemos que nosso imperativo ético é nos posicionarmos contra o genocídio do povo palestino e contra a utilização da nossa defesa como justificativa.

Se a criação e fundação de um Estado judaico foi uma medida de sobrevivência num mundo sitiado, ela logo se tornou um pesadelo. O Estado de Israel não trouxe emancipação verdadeira aos judeus pois a sua existência é mantida às custas da negação da autodeterminação dos palestinos. As lideranças israelenses seguem promovendo um massacre contra palestinos e ainda ameaçam a vida de judeus e judias em todo o mundo. #Israel representa hoje a #maior #fonte de #insegurança para todos os judeus do planeta ao usar nossa identidade como fachada e justificativa para sua campanha de #terror.

Por isso, defendemos e acreditamos que as palavras de Lula são de grande importância pois levantam questões relacionadas à urgência da ação, como um chamado definitivo dirigido a todos para agir diante do que ocorre em Gaza neste momento. Frente à incapacidade da #ONU e de várias organizações internacionais em conter a violência perpetrada por Israel em Gaza, destaca-se a importância vital da postura demonstrada por líderes internacionais como Lula, que levantam suas vozes contra o que é já considerado por incontáveis especialistas como um genocídio contra o povo palestino.

As palavras têm poder. Se a forma como Lula se expressou na ocasião foi pouco cuidadosa – tropeçando justamente neste ninho de comparações forçadas – sua fala tem o objetivo de atingir a imaginação e provocar uma crise moral sobre Israel. O pedido de impeachment protocolado pelos deputados bolsonaristas é uma medida descabida, assim como as acusações de antissemitismo – cujo real objetivo é deslegitimar o governo e a diplomacia brasileira. Não acreditamos que judeus brasileiros estão em risco por causa de sua declaração.

#Apoiamos as colocações do presidente Lula e cobramos que a radicalidade de suas palavras seja colocada em #prática. Seria um gesto diplomático de relevância gigantesca #romper todas as relações entre o estado brasileiro e Israel, em especial as relações #militares que também fortalecem a barbárie em terras brasileiras, com a compra de #armas e tecnologias de controle social que são usadas para atingir a vida do povo #negro nas #favelas. Convocar o embaixador brasileiro em Tel Aviv foi um passo ainda insuficiente nessa direção.

Por fim, convidamos a todas e todos, mas principalmente ao governo brasileiro a atender as demandas do movimento internacional de Boicote, Desinvestimento e Sanções ( #BDS ), liderado pelas bases da sociedade civil palestina. O povo palestino tem pressa e nossas ações têm poder.”

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/externou-o-que-esta-no-imaginario-de-muitos-de-nos-diz-coletivo-de-judeus-sobre-falas-de-lula/

brainwavelost@nerdpol.ch

.,, the house #Negro always looked out for his #master. When the field Negroes got too much out of line, he held them back in check. He put 'em back on the plantation. The house Negro could afford to do that because he lived better than the field Negro. He ate better, he dressed better, and he lived in a better house. He lived right up next to his master - in the attic or the basement. He ate the same food his master ate and wore his same clothes. And he could talk just like his master - good diction. And he loved his master more than his master loved himself. That's why he didn't want his master hurt. If the master got sick, he'd say, "What's the matter, boss, we sick?" When the master's house caught afire, he'd try and put the fire out. He didn't want his master's house burned. He never wanted his master's property threatened. And he was more defensive of it than the master was.

And today you still have house Negroes and field Negroes. I'm a field Negro.

Malcolm X

source

#Malcolm-X #slavery

anonymiss@despora.de

People in #Brazil's #Amazon #rainforest again reel from #floods

source: https://www.expressnews.com/news/article/People-in-Brazil-s-Amazon-rainforest-again-reel-17193594.php

Edileuza Pereira da Silva carries a plate with fish for cooking outside her home, flooded by the rise of the #Negro #river in #Iranduba, Amazonas state, Brazil, Monday, May 23, 2022. The Amazon region is being hit hard by flooding with 35 municipalities that are facing one of their worst floods in years and the water level is expected to rise over the coming months.

#climate #weather #flood #environment #problem #news #crisis

hudsonlacerda@diasporabr.com.br

https://outline.com/gJhF7f


Folha de S.Paulo ›

Negacionismo da casa-grande

October 04, 2021

VÁRIOS AUTORES (nomes ao final do texto)

#LeandroNarloch é um dos maiores pensadores atuais do #humanitismo. Ao escrever, em coluna nesta Folha, que foi possível a certos escravizados triunfar por mérito e esforço próprios (“Luxo e riqueza das ‘sinhás pretas’ precisam inspirar o movimento negro”; 29/9), sugere também ser possível triunfar em uma sociedade injusta e desigual como a nossa. Ao defender abertamente a ideia de que as distorções hierárquicas brasileiras são legítimas, sua coluna parece ter saído diretamente das páginas do jornal Atalaia, do romance de Machado de Assis.

A #diáspora #africana, quatro séculos de #escravidão, documentos, relatos, pesquisas e milhões de brasileiros descendentes de africanos —nada disso é páreo para a #história pessoal de algumas #mulheres.

A escrita da história envolve disputas, o que nos exige compromisso contra todo um arsenal de horrores que alimentou, por exemplo, o fascismo. Por tamanha responsabilidade, o trabalho do historiador é um exercício ético constante; já a produção de caricaturas e outras formas textuais, não.

Defensor da #meritocracia nos trópicos, podemos já antever a reação do jornalista não apenas a este, mas também a outros textos: ver-se como uma pobre mente pensante, supostamente autônoma, vítima de um silenciamento, que teria ousado desafiar o status quo.

O historiador Pierre Vidal-Naquet já nos alertava em seu trabalho sobre o Holocausto, “Os Assassinos da Memória”, de que podemos e devemos sempre #discutir #sobre revisionistas, mas #jamais #com os #revisionistas.

Certo mito apaziguador diz que a história do #Brasil é caracterizada por um perfil relativamente pacífico, o que é rapidamente desmentido por inúmeras guerras, rebeliões, sedições e revoltas contra um projeto de país forjado em ferro, brasa, mel de cana, pelourinhos, senzalas, concentração fundiária, aldeias mortas, tambores silenciados, truculência oligárquica e chicote dos capatazes, entre outros.

Mesmo assim, o colunista insiste na manutenção do que a herança escravista produz de pior: a #negação da resistência negra e o elogio àqueles escravizados que, inseridos na dinâmica brutal do escravismo, alcançaram a plena realização como #senhores de escravizados.

Os horrores da escravidão e sua herança para a sociedade brasileira estão presentes em farta documentação e foram objeto de numerosos estudos de pesquisadores brasileiros. Contudo, historiadores e suas obras raramente ganham a projeção do texto falacioso e racista de Narloch.

A irrelevância das #bobagens que foram escritas não merece resposta no campo da historiografia. Basta reconhecer sua excepcionalidade e a persistência do #preconceito, numa sociedade em que a elite era quase uniformemente branca —e continua a sê-lo. O sucesso parcial dentro de parâmetros manifestamente injustos não os legitimam; antes, aumentam seu horror.

O problema maior reside no fato de que essas aberrações se vulgarizam e chegam às salas de aula, obrigando #educadores a confrontá-las. É por conta da projeção que textos dessa natureza ganham que todos os dias professores entram em sala de aula para reafirmar o #óbvio, que #escravidão, #nazismo e #ditadura existiram e devem ser condenados —ou que vacinas salvam vidas.

Não tenhamos ilusões. Ao combater e desqualificar a memória do sofrimento e da luta dos mortos, gente como Narloch pretende —mirando a casa-grande— impedir que elas sejam centelhas capazes de animar as lutas dos vivos em nome de uma sociedade mais justa e fraterna. Daí sua tentativa francamente bizarra de pautar o #movimento #negro, cinicamente sugerindo a valorização daqueles que participaram do sistema de exploração em vez dos que o contestaram.

Dar espaço e, consequentemente, projeção a esse tipo de argumento #não é um exercício de #democracia. O #negacionismo é tal qual o abraço do afogado: quando se dialoga com ideias falaciosas, não há o que ser salvo; simplesmente afunda-se junto, pois o que procuram não é #debate, mas a #provocação.

Mais importante até do que uma resposta ao colunista e seus congêneres é uma resposta da própria Folha, pois sua busca pela “pluralidade de ideias” degenerou-se em palanque justamente para aqueles que são contra essa #diversidade, os quais não hesitam em usar de má-fé para distorcer a realidade e defender a hierarquia excludente que marcou a nossa história. É esse o papel de um jornal a serviço da democracia?

Rodrigo Nagem de Aragão
Mestrando em história pela USP

Ana Paula Saviatti
Doutoranda em história pela Unicamp

Dennis Almeida
Professor de história

TENDÊNCIAS / DEBATES
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