#judeu

hudsonlacerda@diasporabr.com.br

Defensora do genocídio e da censura, CONIB é inimiga da democracia

Breno Altman

Breno Altman é diretor do site Opera Mundi e da revista Samuel

'Assim como combater o nazismo não era ódio aos alemães, lutar contra o sionismo não é antissemitismo', destaca Altman

https://www.brasil247.com/blog/assim-como-combater-o-nazismo-nao-era-odio-aos-alemaes-lutar-contra-o-sionismo-nao-e-antissemitismo

Mais uma vez a Confederação Israelita do Brasil recorre a demandas judiciais para impedir meu #direito constitucional à #expressão e à #opinião.

Como parte da estratégia mundial das forças #sionistas, a principal #agência do Estado de #Israel em nosso território utiliza vultosos recursos financeiros e organizacionais para levar adiante seus métodos de #lawfare, com o intuito de #calar a #crítica e a #denúncia do #massacre contra o povo #palestino.

Agora, o comando do lobby sionista no #Brasil exige não apenas minha #exclusão de todas a plataformas de mídia social como também que eu seja #proibido de participar em “lives, videos e manifestações” sobre a questão palestina, “sob pena de prisão preventiva”.

Esses são os pedidos, sob a forma de medida cautelar, que a #CONIB encaminhou, no dia 11 de janeiro, ao juiz da 9ª Vara Criminal Federal de São Paulo. Configuram claramente pressão por censura prévia, mecanismo abolido desde o final da #ditadura. Os representantes de Israel querem ter o direito de anular a opinião de um #jornalista #brasileiro, simplesmente proibindo-o de analisar e denunciar os delitos humanitários do sionismo.

Além do mais, os argumentos são ardilosos e falsos, como de hábito. Não apontam uma só mentira que eu tenha dito ou escrito. Malandramente tentam estigmatizar como antissemitas a oposição aos #crimes de #lesa-humanidade do Estado de Israel e a repulsa aos atos de seus dirigentes desde 1948.

Combato sem tréguas a corrente ideológica encarnada no regime #sionista, é fato, por sua natureza #colonial e #racista, cujas entranhas estão expostas na atual política de extermínio na Faixa de #Gaza. Isso nada tem a ver com antissemitismo, conceito historicamente empregado para o preconceito racial contra judeus.

Da mesma maneira que lutar contra o nazismo não representava ódio aos alemães, enfrentar o sionismo não tem qualquer relação com sentimentos antijudaicos. Confundir antissionismo e antissemitismo não passa de manobra falaciosa.

Sou #judeu, de uma família com muitas vítimas no #Holocausto. Meu pai e meu avô, #antissionistas como eu, foram importantes dirigentes da #comunidade judaica, liderando instituições de grande prestígio e memória do povo judeu, como a Escola Scholem Aleichem e a Casa do Povo. Apontar-me como antissemita é acusação falsa, sórdida e injuriosa.

A CONIB, notória por sua conexão com a #extrema #direita, ao buscar me calar e censurar, arremete #contra a #democracia. Tenta dobrar o Estado brasileiro aos interesses de um sistema supremacista e facínora. Querem me usar como exemplo para provocar #medo e #intimidação, com o objetivo de silenciar a denúncia contra os brutais e imperdoáveis crimes do governo israelense, que incluem o assassinato de inúmeros jornalistas.

A #gravidade do comportamento dessa obscura entidade salta às vistas.

Oxalá as instituições nacionais sejam capazes de perceber suas reais intenções e deter sua ofensiva autoritária, de flagrante desrespeito à Constituição e à #soberania do país.

hudsonlacerda@diasporabr.com.br

“Não hesito em afirmar: o sionismo entrará para a história como um segundo Holocausto. Não somente pelo genocídio contra o povo palestino, mas porque destruiu e renegou os valores humanistas e democráticos que eram abraçados pela maioria dos judeus. O sionismo, em sua fase mais apodrecida e violenta, trocou esses valores pela cartilha daqueles que massacraram os judeus no Gueto de Varsóvia e nos campos de concentração.” (Breno Altman)

https://operamundi.uol.com.br/guerra-israel-x-palestina/84979/breno-altman-sionismo-e-o-segundo-holocausto-do-povo-judeu

#israel #Palestina #sionismo #Holocausto #judeu #nazismo #Istambul #Turquia

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Vlado, Jornalista morto pelo regime militar

#VladimirHerzog

1937 - Osijsk (Iugoslávia)
25/10/1975 - São Paulo (Brasil)
Daelcio Freitas
Da Redação, em São Paulo

#Jornalista, #professor da USP (Universidade de São Paulo) e #teatrólogo, Vlado Herzog nasceu em 1937 na cidade de Osijsk, #Iugoslávia. Filho de Zigmund Herzog e Zora Herzog, imigrou com os pais para o #Brasil em 1942. A família saiu da #Europa fugindo do #nazismo.

#Vlado foi criado em #SãoPaulo e se naturalizou brasileiro. Fez #Filosofia na #USP e tornou-se jornalista do jornal O Estado de S. Paulo em 1959.

Nesta época, #Vlado achava que o #nome soava exótico nos trópicos e #resolveu passar a assinar #Vladimir. No início da década de 60, casou-se com #Clarice. Com o #golpe militar de 1964, o casal resolveu passar uma temporada na #Inglaterra e Vladimir conseguiu trabalho na BBC de Londres. Lá, tiveram dois filhos, Ivo e André. Em 1968, a família voltou ao Brasil. Vlado trabalhou um ano em publicidade, depois na editoria de #cultura da revista Visão. Em 1975, foi escolhido pelo Secretário de Cultura de SP, José Mindlin, para dirigir o jornalismo da #TVCultura.

A morte

Na noite do dia 24 de outubro de 1975, o jornalista apresentou-se na sede do DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações/ Centro de Operações de Defesa Interna), em São Paulo, para prestar esclarecimentos sobre suas ligações com o #PCB (Partido Comunista Brasileiro). No dia seguinte, foi morto aos 38 anos.

Segundo a versão oficial da época, ele teria se enforcado com o cinto do macacão de presidiário. Porém, de acordo com os #testemunhos de Jorge Benigno Jathay Duque Estrada e Rodolfo Konder, jornalistas presos na mesma época no DOI/CODI, Vladimir foi #assassinado sob torturas.

Como #Herzog era #judeu, o Shevra Kadish (comitê funerário judaico) recebeu o corpo e, ao prepará-lo para o funeral, o rabino percebeu que havia #marcas de #tortura no corpo do jornalista, prova de que o suicídio tinha sido forjado.

Em 1978, o legista Harry Shibata confirmou haver assinado o #laudo necroscópico da vítima - na qualidade de segundo perito - #sem examinar ou sequer ver o corpo. Contrariando os depoimentos de torturas e violências cometidas no interior do DOI-Codi, Shibata reconheceu que esteve algumas vezes naquele órgão para medicar presos, mas que os únicos casos que constatou foram de "micoses, gripes e similares".

Em 1978, a #Justiça responsabilizou a União por prisão ilegal, tortura e morte do jornalista. Em 1996, a Comissão Especial dos Desaparecidos Políticos reconheceu que Herzog foi assassinado e decidiu conceder uma indenização para sua família.

A morte de Herzog foi um marco na #ditadura #militar (1964 - 1985). O triste episódio paralisou as redações de todos os jornais, rádios, televisões e revistas de São Paulo. Os donos dos veículos de comunicação fizeram um acordo com os jornalistas. Todos trabalhariam apenas uma hora, para que os jornais e revistas não deixassem de circular, e as emissoras de rádio e televisão continuassem com suas programações.

No dia 31 de outubro de 1975, foi realizado um culto ecumênico em memória de Herzog na Catedral da Sé, do qual participaram 8.000 pessoas, num protesto silencioso contra o regime.

No dia 17 de outubro de #2004, o caso voltou à mídia de forma chocante. O #jornal Correio Braziliense publicou #supostas #fotos inéditas do jornalista, nu, antes de ser morto sob custódia do Exército. Dias depois, o secretário de #Direitosumanos, ministro Nilmário Miranda, divulgou uma nota afirmando que as fotos #não #eram do jornalista.

Antes da revelação da #autenticidade das fotos, porém, o episodio havia causado um mal-estar entre o presidente Luiz Inácio #Lula da Silva e os militares, que publicaram nota dizendo que "as medidas tomadas pelas forças legais foram uma legítima resposta à violência dos que recusaram o diálogo".

Irritado, o #presidente da República considerou a nota "impertinente, equivocada e inoportuna" e exigiu #retratação pública do comandante da Força, general Francisco Albuquerque.

A #retratação, de cinco parágrafos, teve linha oposta à nota anterior. Dizia que o Exército lamentava a morte do jornalista Vladimir Herzog e que não queria reavivar "fatos de um passado trágico que ocorreram no Brasil".